Nicola Hitchcock, para quem não
conhece, foi uma das metades do duo de trip-hop Mandalay. Quando o duo surgiu, o
alicerce do estilo já estava construído, mas foi a coesão e a sutileza entre vocal
e instrumental (mais claro, porém não menos denso) que tornaram Mandalay uma
experiência inusitada. É repleto de vibratos criando nuances delicadas sobre os
instrumentos (em alguns momentos, elementos do jazz e da música clássica
desempenham esse papel). As palavras são quase sussurradas. A respiração é
ouvida. O silêncio é bem trabalhado – não se ouve camadas desnecessárias.
Após o término de Mandalay
(2002), Hitchcock trabalhou com outros compositores, tendo um espectro de
criação mais amplo. Essa fase foi reunida no disco Passive Aggressive, de 2005.
Mais
recentemente, foi lançado o EP Quarterbright (2012). Nele, o que restou foram
os vocais oníricos e a ambient music. A música folk do começo de sua carreira
retornou. E juntando ‘apenas isso’, formaram-se três músicas.
1. A
Coeurs Vaillants
2.
Magic Heart
3. Quarterbright
A
Coeurs Vaillants
é um nó na garganta na forma de canção de ninar. É como se, aflita, ela
cantasse para ela mesma. Apesar de tensa, soa como um mantra para dias
difíceis. Em seguida, Magic Heart
traz a sensação dos primeiros raios de sol do dia tocando sua pele – um reconfortante
otimismo. A faixa ganha mais pontos por trazer camadas de voz tão semelhantes
às de Elizabeth Fraser. Terminando com a faixa Quarterbright - um desabafo romântico para a lua -, o EP
transparece a solidão e também o encontro de pessoas/coisas que nos tornam
valentes.
Nicola Hitchcock - A Coeurs Vaillants (vídeo):
Nenhum comentário:
Postar um comentário