domingo, 16 de agosto de 2015

Nicola Hitchcock – Quarterbright EP (2012)

Nicola Hitchcock, para quem não conhece, foi uma das metades do duo de trip-hop Mandalay. Quando o duo surgiu, o alicerce do estilo já estava construído, mas foi a coesão e a sutileza entre vocal e instrumental (mais claro, porém não menos denso) que tornaram Mandalay uma experiência inusitada. É repleto de vibratos criando nuances delicadas sobre os instrumentos (em alguns momentos, elementos do jazz e da música clássica desempenham esse papel). As palavras são quase sussurradas. A respiração é ouvida. O silêncio é bem trabalhado – não se ouve camadas desnecessárias.
Após o término de Mandalay (2002), Hitchcock trabalhou com outros compositores, tendo um espectro de criação mais amplo. Essa fase foi reunida no disco Passive Aggressive, de 2005.
Mais recentemente, foi lançado o EP Quarterbright (2012). Nele, o que restou foram os vocais oníricos e a ambient music. A música folk do começo de sua carreira retornou. E juntando ‘apenas isso’, formaram-se três músicas.
1. A Coeurs Vaillants
2. Magic Heart
3. Quarterbright

A Coeurs Vaillants é um nó na garganta na forma de canção de ninar. É como se, aflita, ela cantasse para ela mesma. Apesar de tensa, soa como um mantra para dias difíceis. Em seguida, Magic Heart traz a sensação dos primeiros raios de sol do dia tocando sua pele – um reconfortante otimismo. A faixa ganha mais pontos por trazer camadas de voz tão semelhantes às de Elizabeth Fraser. Terminando com a faixa Quarterbright - um desabafo romântico para a lua -, o EP transparece a solidão e também o encontro de pessoas/coisas que nos tornam valentes.


Nicola Hitchcock - A Coeurs Vaillants (vídeo):

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