Em junho de 2011, é lançado o EP mais barulhento, psicodélico, hipnótico e obscuro da música livre e desconhecida no Brasil: “Starfire Connective Sound” do projeto homônimo do cara do blog Sussurros e Escarros, Al Schenkel. Ele, através do blog, também organiza e divulga a coletânea “Brazilian Noisy Poetry Makers”, que além de reviver hits do underground brasileiro, apresenta novidades de bandas que ainda engatinham, mas que têm potencial.
É do primeiro EP (7 faixas) do projeto solo deste cara com ótimas intenções que vou falar um pouco. Alguns blogueiros que admiro já falaram muito bem dele. Tá tendo uma repercussão legal. Agora eu vou dizer só algumas palavrinhas sobre cada faixa e depois você escolhe o que fazer.
A intro “I Sweep the Streets without Finding God” começa com notas de piano que me lembraram o álbum “Fairy tales... (2001)” da Mandragora Scream, o modo como é construído desenha um cenário de confusão mental, alguém correndo e caindo pelas ruas. Acho que isso já é evidente pelo título da música. Depois a música ganha um clima mais New Age. Mas é só para nos enganar.
“They Call Her One Eye”, em seguida, nos mostra o barulho, distorção na guitarra – sem muitos rodeios – que é o que Al Schenkel veio realmente fazer pro resto do EP. “This Modern Cave” vem mais barulhenta ainda. A intenção, acho, é de te pegar de surpresa: você aumenta o volume com a faixa intro e, se ainda não ouviu alguma música do SfCS, se depara com a real cara da fera.
“Electric Whore” tem batida forte, uma equalização que embrulha o estômago (no bom sentido) e um cara repetindo um uivo com os lábios colados. O que mais poderíamos querer? Isso agitaria qualquer lugar.
“Love is a Lonely Ghost Floating Inside” – não sei – talvez dois jovens patinando no gelo, filminho americano de sessão da tarde - besteira que pensei aqui. O título me fez voar bastante! Mas o baixo estoradão, a guitarra chiadeira, uma zuadinha de submarino aqui e ali e o esse loop de bateria... Essa música, tenho certeza, é a forma musicada da capa das bailarinas!
“Walt Whitman’s Brain”, como já falaram é a gótica do álbum, talvez a mais pegajosa. Ia fazer uma comparação boba com Tearwave. Essas guitarras...
Da faixa que carrega o título do projeto e do EP e que fecha a sequência – “Starfire Connective Sound” - só posso dizer uma coisa: chamem Jen Gloeckner pra cantar na música. A faixa parece ser a continuação de sua “5 2nd Thrill”. Incrível, apesar de curta.
Fiquem com as orelhas levantadas, pois o autor do EP tá matutando muito mais coisas em sua cabecinha maligna.